O gato


Um gato, em casa sozinho, sobe
à janela para que, da rua, o
vejam.

O sol bate nos vidros e
aquece o gato que,imóvel,
parece um objecto.

Fica assim para que o
invejem — indiferente
mesmo que o chamem.

Por não sei que privilégio,
os gatos conhecem
a eternidade.

Nuno Júdice

Comments

MPR said…
They will not go quietly,
the cats who've shared our lives.
In subtle ways they let us know
their spirit still survives.

Old habits still make us think
we hear a meow at the door.
Or step back when we drop
a tasty morsel on the floor.

Our feet still go around the place
the food dish used to be,
And, sometimes, coming home at night,
we miss them terribly.

And although time may bring new friends
and a new food dish to fill,
That one place in our hearts
belongs to them. . . and always will

Esteve comigo dos 3 aos 21 anos e ainda hoje o ouço...
Sunday Morning said…
gostei muito do poema, é realmente o que sentimos, que eles são eternos, até ao fim da nossa propria existência.
Anonymous said…
gostei muito dos dois poemas. os gatos fazem-me sentir que têm a sabedoria de um guru. Sinto que aprendo e amadureço só de olhar para eles...

a fotografia está gira. É tua, não é?
Sunday Morning said…
sim é minha, as fotos que não tem nome são minhas, ah há uma que coloquei sunday morning
O Puto said…
Por vezes também invejo os meus gatos.

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